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Presidente da Femarh fala sobre compensação ambiental e impactos do El Niño em Roraima

O Agenda da Semana abriu espaço, neste domingo (17), para uma conversa esclarecedora com Glicério Fernandes, presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh).

O ponto inicial da discussão envolveu a recente recomendação do Ministério Público Federal (MPF). O órgão sugeriu que a Femarh não aceite certificados de reflorestamento que se baseiem no cultivo de espécies exóticas, como a acácia, como compensação de supressão vegetal. De acordo com o MPF, tal prática é prejudicial ao meio ambiente.

Contrariando essa determinação, Fernandes defendeu o método agronômico atualmente em uso no estado. Em sua explicação sobre a política de crédito de reposição, ele pontuou: “É uma situação de Estado. Temos de um lado quem faz o uso da floresta para o uso alternativo do solo. É preciso suprimir a floresta para usar o solo e eu tenho que pagar a volumetria, que eu obtenho isso através do crédito de reposição florestal. É um certificado que a Femarh emite. É uma relação do privado para o privado, porém o órgão público cientifica isso.”

O presidente ainda acrescentou, enfatizando a complexidade da situação: “Não há possibilidade da gente fazer isso. Tem todo um processo e conjuntura em andamento, tanto de venda quanto de preenchimento de quem comprou e quem está usando [os créditos de reposição florestal]. Agora, todo o arcabouço técnico e legal será apresentado ao MPF.”

Mudando de foco, a discussão abordou o fenômeno climático El Niño. Fernandes explicou que se trata da presença de águas mais quentes na costa do Peru, no oceano Pacífico, levando a alterações climáticas significativas como chuvas intensas, ventos poderosos, secas extremas e queimadas.

“Em Roraima, a primeira evidência do impacto do El Niño é a redução das chuvas. A referência do mês de agosto [de 2023], dos últimos 25 anos, foi a menor e os ventos fortes levam massas de calor para diversas áreas do estado (…) No mundo, o El Niño causa alterações da vida marinha, o aumento de chuvas no sul da América do Sul e secas no nordeste brasileiro, além de incêndios no sudoeste dos Estados Unidos”, detalhou.

Como orientação diante desse cenário, o presidente da Femarh recomenda: “Evitar o sol das 10 às 16h, principalmente para o homem do campo. Que não façamos uso do fogo em forma alguma para eliminar lixo ou galhadas. Tomar água e manter uma alimentação mais equilibrada, com vegetais e menos carboidratos, porque nem as crianças estão suportando.”

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